Em um ambiente de negócios em constante mudança, caracterizado pela volatilidade, incerteza, complexidade, ambiguidade e não linearidade (VUCA+BANI), a sigla ESG (Ambiental, Social e Governança) emerge como um mantra fundamental para empresas que desejam alcançar um sucesso duradouro. Entre os três pilares, o “E” de Ambiental se destaca como um compromisso crucial para garantir a saúde do planeta e a prosperidade das próximas gerações.
Nos artigos anteriores abordamos os aspectos gerais de ESG e sua história e hoje nos dedicaremos ao aspecto Ambiental.
Por isso, em sua essência, o “E” de ESG representa a gestão responsável dos recursos naturais e a mitigação dos impactos ambientais das atividades empresariais. Essa responsabilidade se traduz em ações concretas que visam:
- Combater as mudanças climáticas: Isso pode ser feito por meio da redução da emissão de gases do efeito estufa, investimentos em fontes de energia renováveis e adoção de práticas de eficiência energética em todas as operações da empresa.
- Proteger a biodiversidade: Inclui a conservação da fauna e flora, o manejo sustentável dos recursos hídricos e o combate à desertificação. As empresas podem contribuir para esse objetivo por meio de práticas agrícolas e industriais sustentáveis, além da proteção de áreas naturais.
- Minimizar a poluição: Por meio da redução da emissão de poluentes atmosféricos e hídricos, do tratamento adequado de efluentes e da gestão eficiente de resíduos sólidos. As empresas podem adotar tecnologias limpas, investir em sistemas de tratamento de efluentes e implementar programas de reciclagem para minimizar seu impacto ambiental.
- Promover a economia circular: Deve ser promovido modelos de produção e consumo que minimizem o desperdício e maximizem a reutilização de materiais. As empresas podem implementar estratégias como design para desmontagem, reutilização de materiais e reciclagem para reduzir seu impacto ambiental e otimizar seus recursos.
Para auxiliar no processo de gestão responsável e combater ilegalidades, diversos organismos foram sendo criados ao longo dos anos, justamente com o foco de fortalecer essa causa tão imprescindível. Dentre eles, cita-se: GRI, SASB e TCFD.
GRI (Global Reporting Initiative) é uma instituição extremamente conceituada, sediada em Amsterdã, fundada em 1997 e atualmente com mais de 400 signatários, com o objetivo de fazer com que os relatórios das empresas sejam construídos com total transparência. Portanto, sua função é criar padrões para instituições governamentais e não governamentais para divulgação dos resultados socioambientais e econômicos, que por outro lado, ao ter padrões a credibilidade das empresas responsáveis é fortalecida.
Em outras palavras, esses padrões são diretrizes e indicadores para a elaboração de relatórios de sustentabilidade.
O SASB (Sustainability Accounting Standards Board) foi fundado em 2011 para criar normas de contabilidade e, consequentemente, instituir relatórios de contabilidade e sustentabilidade. Sua filosofia são boas práticas de governança, ações ambientais e sociais, para aumentar o resultado das organizações.
Os indicadores SASB e os Relatórios GRI se complementam, com foco nos negócios e em aspectos financeiros.
O TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures) foi criado pelo Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) em 2015, sendo uma iniciativa global que visa melhorar a transparência na divulgação das informações financeiras relacionadas ao clima. É um guia fundamental. Suas recomendações são:
a) Governança: rege mitigação de riscos e oportunidades relacionados ao clima;
b) Estratégia: tomada de decisões e plano financeiro para oportunidades de negócios relacionadas ao clima;
c) Gerenciamento de Risco: quanto aos planos e ações para mitigação de riscos climáticos da empresa;
d) Métricas e Metas: como a empresa mede e monitora seu desempenho em relação às mudanças climáticas.
Embora o “E” de ESG possa parecer um conjunto de obrigações, ele também se revela como uma oportunidade estratégica para as empresas.
Ao se comprometerem com práticas sustentáveis, as empresas podem:
- Reduzir custos: Otimização do uso de recursos, diminuição de multas e taxas ambientais, e menor dependência de combustíveis fósseis.
- Melhorar a reputação: Aumento da confiança dos consumidores, investidores e parceiros, atraindo talentos e fidelizando clientes.
- Acessar novos mercados: Abertura de portas para mercados que valorizam produtos e serviços sustentáveis.
- Ganhar vantagem competitiva: Diferenciação da concorrência e fortalecimento da marca em um mundo cada vez mais consciente.
Isso pode ser observado através da Economia Donut, que é uma tese com base no Desenvolvimento Sustentável da ONU, criado pela economista Kate Raworth. O diagrama foi proposto para considerar o desempenho de uma economia na medida em que as necessidades humanas são atendidas, sem ultrapassar os tetos ecológicos do planeta e ser sustentável.
A discussão vai no eixo de como tratar tudo (não deixar de fazer, mas fazer de forma equilibrada).
A Economia Donut visa o equilíbrio econômico com a sustentabilidade, ou seja, permitir a realização pessoal porém com respeito aos recursos naturais. Em seu processo, defende a eliminação da concentração de riqueza.
Por isso, numa imagem, estar sob o donut sem ultrapassar o teto ecológico é sinônimo de não pressionar o planeta!
Sendo assim, é importante destacar que a responsabilidade pela construção de um futuro sustentável não se limita às empresas. Cada indivíduo, como consumidor e cidadão, pode contribuir para a causa:
- Optar por produtos e serviços sustentáveis: Priorizar empresas com práticas ambientais responsáveis e reduzir o consumo desnecessário.
- Consumo consciente: Consumir apenas o necessário e saber o que está por detrás da empresa e do produto, privilegiando empresas e produtos sérios e comprometidos com a prática ESG, e outras práticas de sustentabilidade.
- Cobrar ações das empresas: Exigir transparência e compromisso com a sustentabilidade por parte das empresas que você consome.
- Engajar-se na comunidade: Participar de ações de preservação ambiental e conscientizar outras pessoas sobre a importância do “E” de ESG.
Nesse conjunto de ideias, pergunta-se: “O que fazer para garantir o futuro ou a permanência da humanidade?”
Buscar a sustentabilidade!
Sustentabilidade refere-se ao uso responsável dos recursos, que permita as próximas gerações viver com dignidade e qualidade de vida. O tema vem sendo discutido desde o século XIX, com muito destaque após 1980 através da ONU (Organização das Nações Unidas).
É preciso ter claro, juntos, podemos ter atitudes sustentáveis e construir um futuro onde o “E” de ESG não seja apenas um requisito, mas um símbolo do nosso compromisso com a saúde do planeta e o bem-estar das próximas gerações.
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