Quando se fala em ESG, se fala em responsabilidade, que por sua vez é definida como um agir com propósito e transparência, integrando fatores econômicos, sociais e ambientes.
Dentro da responsabilidade, encontra-se a vertente de responsabilidade social, o S do ESG, e significa de maneira bem prática sair da pessoa física e ser uma pessoa jurídica, atendendo as necessidades da sociedade – conceito básico, toda empresa nasce para atender necessidades sociais, ainda que o objetivo maior de uma empresa privada seja a obtenção do lucro.
Isso é bem claro ao observar o termo “Razão Social”, que nada mais é do que o nome da companhia. Esse termo surgiu na época colonial quando a Igreja Católica perguntava durante o processo de abertura da empresa “qual é a razão social da sua existência?”, em outras palavras, qual a razão de existir aquela determinada organização. Inclusive o termo “Contrato Social” tem a mesma origem, significando um contrato da empresa com a sociedade em geral.
Desta maneira, o S de Social assume um papel crucial na construção de um ambiente mais justo e inclusivo, tanto dentro quanto fora das organizações.
E, isso voltou a ter sentido recentemente, pois ao se falar e acreditar em longevidade, ganha novo significado a palavra “responsabilidade”, visto que nós mesmos, população em geral, seja sócio ou colaborador da empresa, colheremos os resultados de nossas ações, inclusive se estivermos deixando um legado.
Portanto, acima de tudo, responsabilidade social refere-se a fazer as coisas certas, inclusive na linha da moral e da ética.
Mas o que exatamente se esconde por trás do S de Social?
Em sua essência, o S representa a responsabilidade das empresas em gerir seus impactos sociais de forma ética e consciente. Isso significa ir além do mero cumprimento das leis trabalhistas e abraçar uma visão holística.
O S do ESG tem o papel de entender as vulnerabilidades sociais (exclusão social, aspectos educacionais, fatores de saúde, etc) de cada pessoa e fazer a gestão delas, devolvendo a sociedade um ser humano melhor (do ponto de vista pessoal e profissional). Isso significa que um funcionário ao passar por uma empresa e sair dela, deve sair como pessoa e como profissional muito melhor do que entrou.
Além desse desenvolvimento, cabe as empresas o papel de desenvolver a comunidade em que está inserida, atuar de forma equitativa e diversificação, sem preconceito ou distinção entre pessoas, sexos, raça, cultura, religião ou qualquer outro fator.
Vulnerabilidades sociais refere-se a situação de fragilidade de cada pessoa em seu ambiente natural na sociedade, incluindo sua história, estudos, saúde, família e etc.
Assim, merece destaque:
a. Direitos Humanos e Condições de Trabalho Justas: As empresas comprometidas com o S garantem que seus colaboradores trabalhem em um ambiente seguro, livre de discriminação e assédio, com salários justos e benefícios adequados;
b. Diversidade e Inclusão: Promover a diversidade e a inclusão no local de trabalho não se limita apenas a cumprir cotas. Significa criar um ambiente onde todos se sintam respeitados, valorizados e com oportunidades iguais de crescimento, independentemente de gênero, raça, orientação sexual, religião ou qualquer outra característica individual;
c. Saúde e Bem-Estar dos Colaboradores: O bem-estar dos colaboradores vai além da saúde física. Empresas com foco no S investem em iniciativas que promovam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, oferecem programas de saúde mental e incentivam práticas saudáveis no ambiente de trabalho;
d. Engajamento da Comunidade: O S também se traduz em ações que beneficiam as comunidades onde a empresa atua. Isso pode incluir desde o apoio a projetos sociais até a promoção do desenvolvimento local e a preservação do meio ambiente.
Por que o S de Social é tão importante?
As empresas que priorizam o S de Social não apenas constroem um ambiente de trabalho mais justo e positivo, mas também colhem diversos benefícios:
Maior retenção de talentos: Colaboradores felizes e engajados tendem a permanecer mais tempo na empresa, reduzindo custos com rotatividade e treinamento;
Melhoria da reputação: Empresas com práticas sociais responsáveis conquistam a confiança de clientes, parceiros e investidores, além de atrair talentos de alto potencial;
Aumento da produtividade: Um ambiente de trabalho positivo e inclusivo contribui para a produtividade e o engajamento dos colaboradores, impulsionando os resultados da empresa;
Licenciamento para operar: Em alguns setores, adotar práticas sociais responsáveis pode ser crucial para obter licenças e operar de forma legal.
E como implementar o S de Social na sua empresa?
O primeiro passo é comprometer-se com os princípios do S de Social e reconhecer a sua importância para o sucesso da empresa. Em seguida, é fundamental mapear os impactos sociais da sua organização, tanto internos quanto externos.
Com base nesse mapeamento, é possível definir metas e ações para mitigar os impactos negativos e potencializar os positivos. As ações podem iniciar, mas não se limitar, em:
Criar políticas e procedimentos que garantam o cumprimento dos direitos humanos e das leis trabalhistas;
Promover a diversidade e a inclusão através de treinamentos, programas de mentoring e iniciativas que combatam o preconceito;
Investir na saúde e no bem-estar dos colaboradores oferecendo programas de saúde física e mental, ergonomia no local de trabalho e iniciativas que promovam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal;
Apoiar projetos sociais nas comunidades onde a empresa atua;
Manter um canal de comunicação aberto com os stakeholders para receber feedback e sugestões sobre as práticas sociais da empresa.
O S de Social não é apenas um requisito para as empresas de hoje, mas sim um investimento no futuro. Ao priorizar o bem-estar das pessoas e das comunidades, as empresas constroem um legado de responsabilidade social e contribuem para a construção de um mundo mais justo e sustentável para todos.
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